Alberto Dines, do Observátorio da Imprensa, escreveu mais uma pérola de nosso jornalismo (aqui): recaída autoritária com referendos populares, decididos no voto? Justamente num dia em que a imprensa brasileira, pelo menos os sites de notícia da internet, não disseram uma palavra sobre a Maré Vermelha na capital da Venezuela (foto ao lado). E vejam que ontem, no dia das manifestações anti-Chávez, todos eles estamparam na página principal os protestos contra o referendo.
30.11.07
Pérolas, Maré vermelha
Alberto Dines, do Observátorio da Imprensa, escreveu mais uma pérola de nosso jornalismo (aqui): recaída autoritária com referendos populares, decididos no voto? Justamente num dia em que a imprensa brasileira, pelo menos os sites de notícia da internet, não disseram uma palavra sobre a Maré Vermelha na capital da Venezuela (foto ao lado). E vejam que ontem, no dia das manifestações anti-Chávez, todos eles estamparam na página principal os protestos contra o referendo.
O cavaleiro errante
La Sainte Chapelle
Literatura comparada
Para que não pensem que vivemos só de brisa, explico que o dia de hoje, sendo prévio à representação de Pedro et le commandateur que veremos amanhã na Comédie-Française, foi dedicado à leitura do texto de Lope de Vega em que se baseou a montagem: Peribáñez y el Comendador de Ocaña (1610), inteiramente disponível no site da Biblioteca Miguel de Cervantes. A peça é dirigida pelo colombiano Omar Porras (?), com coreografia de Fabiana Medina, cenário e máscaras de Fredy Porras. Os atores principais são Laurent Stocker (comendador de Ocaña, pequena vila onde se passa uma parte da peça; a outra ocorre em Toledo), Laurent Natrella (Pedro Peribáñez) e Elsa Lepoivre (a bela Casilda).
Lope de Vega (ao lado) é o outro lado do curso ministrado por Chartier no Collège de France, que trata de Shakespeare, Guillén de Castro e Miguel de Cervantes. Um ano antes de Peribáñez, Lope de Vega publicou Arte nuevo de hacer comedias, em que faz uma série de recomedações para o teatro: eleger o personagem e não ter pudores quando se trata de um rei, misturar o trágico e o cômico, realizá-la com o menor tempo possível, deixar a solução para o fim “porque, en sabiendo el vulgo el fin que tiene, vuelve el rostro a la puerta y las espaldas”. O silêncio deve ser evitado, as palavras não podem ser gastas à toa, tudo deve ser verossímil e “Los casos de la honra son mejores, /porque mueven con fuerza a toda gente”. Pobre, assim, do comendador, primeiro nobre morto por um camponês porque este viu sua honra ferida!28.11.07
Museus aos domingos
Enfim, no mar de museus de Paris, uma lista com alguns dos que abrirão gratuitamente no próximo primeiro domingo do mês, e nos seguintes. Sabendo-se que o menos de 26 anos daqui (no caso de Livia) exclui os 26, e que a minha carteira de professor e pesquisador nem sempre parece convincente aos bilheteiros dos museus, capazes de expressões faciais estranhas (como puderam constatar Nádia e Kátia), vamos a ela: Musée du Louvre, Musée national d'art moderne (Centre Pompidou), Musée de l'Orangerie, Musée Picasso, Musée du Moyen Âge (Thermes de Cluny), Musée Delacroix, Musée d'Orsay, Musée Rodin, Musée Gustave Moreau, Musée des Arts d'Afrique et d'Océanie e Musée des Arts asiatiques-Guimet. Em torno de Paris há também outros museus: Musée de Versailles et de Trianon, Musée des Antiquités nationales, Musée des Granges de Port-Royal, Musée du château de Fontainebleau, Musée des châteaux de Malmaison et Bois-Préau Malmaison, dentre outros. A lista completa está aqui, sobre a qual não tive tempo de colocar o link para as páginas internet. A imagem ao lado é a Salomé dançando da coleção do Museu Gustave Moreau, que pretendemos talvez visitar nesta semana.
27.11.07
Doença
Um dos rapazes que morreu anteontem, em Villiers-le-Bel, tinha um blog. Após a sua morte, juntaram-se a poucas mensagens de condolências várias páginas de comentários racistas. Desesperador. Segue o link para a matéria no Libération. A violência ainda se estendeu pela noite de ontem, com 77 policiais feridos, 4 jovens presos, e um chefe de polícia chamado, por ironia, Mohamed Douhane. Link no dailymotion aqui.26.11.07
Paris, de 1 a 3 dias
Depois que Ann se foi, numa visita tão rápida que nem tivemos tempo de fotografá-la, foi a vez da chegada de Kátia, que se juntou a Nádia. Se esta levou três dias exaustivos para conhecer Paris, com caminhadas, passeios de metrô e de ônibus, Kátia vapt-vupt levou um dia, e ainda tentou convencer o Pablo a gravar um depoimento para certa formatura de alunos queridos. As duas fizeram tudo a que tinham direito: satisfação da gula no Chez Maurice, passeio pelo Quartier Latin e a Notre Dame, susto com o Panteón, compra de queijos na rue Mouffetard, visita ao Louvre, escalada ao Sacre Coeur com pausa no decepcionante mas ainda assim “bonito de fotos” Moulin Rouge. No Boulevard Haussman, "momento beleza" na Printemps e descoberta da vista noturna de Paris a partir de seu último andar, além da cúpula da Galerie Lafayette. E não é tudo: Sainte Chapelle, Conciergerie, espiada no Marrais e almoço em frente ao Sena (não sem perigo para os rins), sol de fim de tarde no Jardin de Luxembourg, peculiar deambulação de Kátia pela Saint Sulpice, vista do Arco do Triunfo e marcha atlética pelos Champs-Élysées!
Duas notícias
Dois adolecentes morreram ontem na periferia de Paris, em Villiers-le-Bel, depois de uma colisão com um carro de polícia que os perseguia, porque estariam sem capacete (notícia aqui). As versões são variadas e o acidente instaurou uma onda de violência e confrontos na cidade durante toda a noite (foto ao lado). Na Venezuela, um homem morreu em protestos contra Chávez (não, ele não era da oposição, só ia ao trabalho pela manhã). Talvez tenha sido, como nos informa a Agencia Bolivariana de Noticias, assassinado pelos manifestantes anti-Chávez. Qual das duas vira manchete no site do Terra/Telefónica? Resposta aqui, dos mestres da ambigüidade.
24.11.07
Preocupações, Diplô
Minha mãe está preocupada e me enviou um e-mail: "vc não acha que está pegando pesado no seu blog?". Ela se refere às minhas observações sobre o Sarkozy, sobre o qual prometo não falar mais, ainda que ele tenha assinado ontem, junto com as gravadores de discos, uma lei de restrições de liberdade na internet. Deixo a indignação para os jovens que já se manifestaram no site do Libération, aqui. Assim, apenas indico que hoje dois de meus poemas foram publicados pelo Rodrigo Gurgel no site do Le Monde Diplomatique Brasil, na companhia de Pedro Marques, Catalão, Gregório, Polli, e tantos outros. Boa companhia, aliás. O link para a seção Palavra, coordenada pelo Rodrigo, e que vai ao ar toda a sexta-feira, está aqui. Último comentário: a imagem ao lado é de um livro de quadrinhos sobre o Sarkô, publicado por Philippe Cohen, Richard Malka e Riss: com o trocadilho ótimo no título, cachée (escondida), karcher (espécie de mangueira de água, parecida com o nosso vaporetto) com que Sarkozy pretendia retirar os manifestantes da rua (na verdade, o contexto é mais complicado: trata-se de limpar, higienizar), na época em que queimaram carros em Paris.
22.11.07
Greves, visita
20.11.07
Outras fontes
Bibliotecas
Ontem algumas conveniências e inconveniências nos levaram à biblioteca de pesquisa da BNF. Universidades fechadas, excesso de documentos que a BNF dispõe para consulta mesmo na área de literatura espanhola. Além disso, em dia de greve, a linha 14, que leva justamente à Bibliothèque François Mitterrand, foi a única que funcionou normalmente, porque não depende de condutor. Até aqui, de fato, conforme recomendação da própria Biblioteca Nacional, consultávamos outros acervos: da FMSH, da Sorbonne, do Centre Censier. Mas nada se compara. Fazemos nosso, aliás, o entusiasmo do amigo Catalão. Temperatura razoável (as outras bibliotecas colocam o aquecimento no máximo), facilidade na pesquisa e encomenda de livros, que podem ser reservados na véspera, (na Sorbonne, por exemplo, é preciso preencher fichas e restringir a pesquisa a poucos livros num único dia), cadeiras confortáveis, luz excelente e silêncio. A foto ao lado é de uma das alamedas de consulta. Um esquema geral está aqui, que explica a diferença entre a biblioteca de estudo e a de pesquisa, apenas para doutorandos e pesquisadores. Uma foto da biblioteca vista da outra margem do Sena, aqui. Outra, aqui. Em tempo, na entrada, deparamos com um personagem parecido com o do filme Coeurs de Alain Resnais, à vontade, explicando à bibliotecária que estava à procura de emprego e que, sem dinheiro (rapaz jovem, como no filme), precisava consultar a internet.
19.11.07
Ainda a greve
18.11.07
Diabolus en musica
Não, não se trata do disco do Slayer lançado em 1998, puro heavy-metal. Muito embora o "mi contra fá", que dá origem ao que os teólogos da idade média chamavam de "diabolus en musica", em virtude de sua dissonância, seja evocado também pelo grupo de música medieval que se apresentou hoje na recolhida capela da igreja Saint-Denys, no 18e, para poucos ouvintes. Música dos séculos XII e XIII, escolhidas para o programa. Precisamente, o que se produziu na École de Notre-Dame entre 1170 e 1240, como nos informa o diretor do conjunto, Antoine Guerber. Início da polifonia incorporada à liturgia, contra a monodia/monotonia gregoriana (desculpe-me Fefê). O conjunto Diabolus en Musica, composto por Raphaël Boulay, Olivier Germond, Jean-Paul Rigaud, Geoffroy Buffière, Emmanuel Vistorky e pelo baixo Christophe Grapperon, se apresentará ainda em 2 de março em Zamora, Espanha, no Festival Portico de Semana Santa, e novamente em Paris no dia 22 de maio. A agenda completa está aqui. É possível ouvir um trecho do maravilhoso programa de hoje entrando no site, clicando na barra "programmes" e procurando a imagem do disco ao lado. Com relação a outras apresentações de música vocal, um site interessante é o Fevis (Federação dos conjuntos vocais e instrumentais especializados, que traz uma agenda de apresentações).
16.11.07
Guia prático Vélib
Depois que o Pablo levou quase uma hora caminhando para fazer sua consulta de seguro de saúde, decidimos nos render à Vélib, idéia, diga-se de passagem, nada original em tempos de greve (150 mil empréstimos só no dia 14 de novembro). Antes de conseguir nossas bicicletas, passamos por 3 estacionamentos: um com fila para fazer a assinatura, outro com bicicletas insuficientes considerando-se a fila antes de nós, outro sem bicicletas mesmo! Na página web a coisa, apesar de simpática, parece bem complicada: regras de trânsito e possibilidades de multa, autorização indispensável de 150€ para caso você faça alguma coisa errada (quebrar a bicicleta ou não devolvê-la em 24 horas), cobrança de 1€ pela primeira meia hora suplementar, 2€ pela segunda, 4€ pela terceira, etc. Na prática, decide-se o uso da Vélib por 1 ou 7 dias (a assinatura de uma ano é outra história, feita pelo correio e tudo o mais), paga-se 1€, 5€ (ou 29€ no caso de 1 ano) e pronto. O único problema é que a gente se anima tanto que sai pedalando sem medir até onde as pernas agüentam. Jeito ótimo de deixar os carros parados nos congestionamentos para trás e conhecer muitas ruas da cidade a que guias turísticos certamente não nos conduziriam. Ah!, é bom lembrar, em 30 minutos anda-se em média 3 a 4 km numa cidade plana como Paris, parando nos semáforos, esperando os pedestres, etc. Fizemos, passeios de ida e volta, 6 km, numa temperatura, a propósito, não muito agradável: 3 graus.
Diálogo sobre a greve
- Bom dia.
- Bom dia. Liguei porque ontem eu estava assistindo ao jornal da noite e vi uma coisa que me transtornou.
- Sim.
- Na verdade, era um vídeo que mostrava uma reunião de grevistas.
- A senhora não gosta de rock?
- Não, não é isso. Ontem as pessoas todas caminhando para seu trabalho e esses jovens lá, tirando de nossa cara, das pessoas que estavam sofrendo.
- Você trabalha?
- Não, não trabalho.
15.11.07
Hoje sim
Não sei se foi porque a imprensa daqui falou de uma baixa adesão na greve de ontem ou pela sensação de feriado (a caminhada no parque, as famílias fazendo compras no Lidl). Hoje, como a maioria dos parisienses, imaginamos que a paralisação iria terminar. Saímos cedo, destino curso de Roger Chartier e Biblioteca François Mitterrand. A greve, no entanto, está a toda e acaba de ser prorrogada para amanhã em toda a rede. Trens absolutamente lotados passando a cada 20 minutos, com uma surpresa: numa cidade onde as relações são por vezes silenciosas, foi possível ouvir alguns gritinhos no fechamento das portas dos vagões. O suficiente para desistirmos da empreitada e seguirmos para o Récollets. Mais uma semana de greve, aliás, corre o risco de adiantarmos uma boa parte do trabalho.
14.11.07
Curiosidade e greve
13.11.07
A pleno vapor
12.11.07
Sem notícias
Para os que imaginaram que o Sr. Fabrício Matheus estava perdido em Paris... Sem planejamento prévio, conseguiu um albergue de 13 euros com café da manhã e "o sorriso dos/das recepcionistas", depois de conversar com uma japonesa que falava espanhol em Bordeaux! Em tempo, nesses últimos dias andou chovendo bem aqui. A tempestade começa aparentemente, no entanto, amanhã. Ao que tudo indica, haverá uma jornada de greve dos ferroviários e estudantes, podendo estender-se pelos dias seguintes. Dupla reivindicação: contra a retirada de benefícios trabalhistas e contra a reforma universitária que se pretende implentar (as notícias mais interessantes podem ser lidas no Rue89). Portanto, dia de preparar as provisões para a greve: imprimir arquivos, trocar os livros nas bibliotecas e ir ao supermercado. A foto ao lado, intitulada Boutique, 16 rue Dupetit- Thouars é de Eugène Atget.
10.11.07
Rouen (Ruão) passada a limpo
8.11.07
Encontro inesperado
Ontem, depois de um dia de colóquio Heidegger (sobre a noção de vontade) na Maison de la Recherche, resolvemos sentar para um descanso no jardim da Église Saint-Séverin, próximo ao Quartier Latin. Fim de tarde, ameaçando uma garoa fina. Para nossa surpresa, no entanto, eis que encontramos com uma mochila de viagem e uma garrafa de vinho no colo o agora internacionalmente conhecido Mineiro (Fabrício Matheus, foto ao lado). Em sua temporada em Paris, depois de peregrinar por Barcelona, San-Sebastian, Nantes, Bordeaux e rumo a uma viagem longínqüa e incerta, talvez Bruxelas, talvez Cologne, à l'aise, sorridente. Para comemorar a coincidência, fomos tomar uma cidra e comer galettes no simpático pub bretão Ti jos (20 rue Delambre, em Montparnasse), seguindo a pé (mantido o espírito peregrinante!) pelos 2km que levam à Tour-Eiffel.
6.11.07
A moça cortada em dois
La fille coupée en deux (Claude Chabrol, 2007), com Ludivine Saigner, no celular, dividida entre uma paixão por um escritor de best-sellers, François Berland, e por seu rival, o jovem pretendente acima, Benoît Magimel. Trio absolutamente desinteressante: uma apresentadora da previsão metereológica, um escritor célebre mas previsível, e um herdeiro de uma família de Lyon (tolo, excessivo, espécie de Leonardo di Caprio que passou do ponto). Justamente aí, no entanto, o cinema de Chabrol: no mal-estar que nos causam as personagens e circunstâncias absolutamente fúteis. Numa espécie de vazio (a palavra é dita algumas vezes por Ludivine) que envolve cada uma delas e do qual o diretor tira o seu proveito. Como diz bem o Nouvel Observateur, "Dans ce film cochon tout est bon" (o link traz uma entrevista com o cineasta).
5.11.07
A senhora do metrô
Acabo de notar que Alyssa Hursh, responsável pela divertida foto da senhora no metrô, pôs um comentário no blog. Descobri, ademais (como já imaginava) que a foto foi obtida clandestinamente. De fato, não é tão simples assim fotografar desconhecidos sentado justamente diante deles, ainda mais no metrô. Isso para dizer que outro dia tive impressão de ter visto a tal senhora na esquina da rue Saint-Jacques, na hora do rush, pilotando uma velib. Especulei: terá desistido do metrô, depois de ter descoberto que a sua foto circula livremente na internet? Pode ter se sentido invadida, sem privacidade. Enfim, façamos bons votos para que não seja mais uma vítima de atropelamento em Paris. A prefeitura esconde, mas já foram 3 mortes de ciclistas no ano (é claro, nada comparável aos motoboys de São Paulo).
4.11.07
2 museus
Primeiro domingo do mês, visita gratuita na maior parte dos museus de Paris. Escolha do dia: Musée National du Moyen Âge (Museu da Idade Média) e Musée Picasso. Um parêntese: da vez passada em que estivemos em Paris, decidimos (nós e boa parte dos turistas) visitar o Musée d'Orsay. Programa exaustivo: museu cheio, horas na fila, funcionários em fúria. Hoje pela manhã, diferentemente, a visita ao Muséu da Idade Média (ilustrado pela foto ao lado da Santa Bárbara) esteve agradável. Conjunto maravilhoso de esculturas, tapetes, objetos, mesclando-se arte medieval e sítio arqueológico (as termas de Lutécio). Vitrais de antigas igrejas na França, pinturas. Na internet, indo ao site do Flickr e buscando o endereço em Paris, há mesmo várias imagens do museu. Já à tarde, exposição Picasso Cubiste, com muita expectativa. É uma das exposições com mais propaganda na cidade, perdendo apenas para a de Giacometti no Centre Pompidou e de Courbet no Grand Palais. O percurso cronológico da obra, além disso, parecia interessante. O excesso de didatismo e a presença de muitos esboços desiguais (que permitem observar em Picasso um pouco mais do que a aparente facilidade técnica) apressaram, no entanto, nossa visita. A exposição, ademais, retirou temporariamente das paredes o acervo permanente do museu.3.11.07
Basse-Bellevilloise e Comédie Française
1.11.07
Los Muertos y las muertas
No dia de Todos os Santos (Toussaints), Cemitério Père-Lachaise, descanso eterno de muitos depois de terem sido convencidos de que o melhor lugar não era necessariamente dentro ou ao lado das igrejas (costume até o começo do XIX), mas próximos de Molière, Abélard e Héloïse ou de La Fontaine, cujos restos foram sabiamente transportados para ali em 1817. Desse momento em diante, vários ilustres: dos Rothschild a Chopin, de Sarah Bernhardt a Mondigliani, Delacroix e Géricault, passando por Musset, Colette, Michelet, Nerval, Hugo, Balzac, Wilde e Jim Morrison. Jim Morrison? Sim! Andamos feito loucos (sem levar mapas), por escadas, arbustos e túmulos até chegar a uma covinha feia, simples, escondidinha... mas com rosas, velas, fãs (alguns com garrafas de Cinzano) e curiosos. Estranha homenagem ao pai do pablo, Marcos Kilzer, que, imaginávamos, talvez fizesse o mesmo. (O link é para uma entrevista de Erasmo Carlos).





