30.12.07

Cine velib

Hoje, duas breves incursões de bicicleta por Paris. Depois do grande sucesso do vídeo da Torre Eiffel, outros dois com, talvez, um pouco mais de resolução. O primeiro deles do Canal Saint-Martin, no retorno do parque Buttes Chaumont em dia de trânsito tranqüilo: na frente, Livia ao volante. Outro feito agora à noite, rumo à pista de patinação do Hôtel de Ville, absolutamente lotada. Mas o vídeo, na verdade, é de um trecho do Faubourg Saint Martin perto do Centre Pompidou.

29.12.07

Paris pitoresca

Como qualquer grande cidade, Paris tem suas peculiaridades: lugares remotos, práticas sociais codificadas, atitudes insuspeitas com relação à vida. Uma delas, que já havíamos pressentido, ouvimos textualmente saindo da Sorbonne: as mulheres pretendem-se aqui "multi-tâches", multi-tarefas. Nada daquela história de ser mãe, cozinhar e trabalhar, embora possa ser também isso. As práticas são mais visíveis. Em geral, algumas delas não satisfeitas em falar ao telefone enquanto andam rapidamente pelo Quartier Latin, portam um minúsculo ipod na outra orelha e fumam, sempre em movimento. Quanto aos rapazes, é possível vê-los (alguns, é verdade) realizando o que convencionamos chamar "jogging com helanca". Sabe aquela helanca justíssima destinada, no Brasil talvez, ao fundo do armário ou a ocasiões especiais? Pois bem, ela mesma, um ipod e tênis adidas: talvez pelo frio, mirabolamos. Por fim, ainda na serie "Paris pitoresca", descobrimos um dia desses a rua Saint Denis, uma das mais antigas de Paris (por lá seguia a peregrinação à Basílica Saint Denis), continuação da agitada avenida de açougueiros e restaurantes indianos: a Faubourg Saint Denis (uma visita virtual excelente está no link: veja a partir do número 49). Trata-se de um lugar, diga-se assim, para relacionamentos maduros. Senhoras, entre 50 e 60 anos, com casos de pele compridíssimos, todas elas paradas uma em cada porta, dos dois lados da rua, com um cigarro na mão (fumando mesmo, as multi-tâches não tragam), e com um gestual notadamente discreto, embora convidativo.

28.12.07

Aparente recesso

O aparente recesso dos últimos dias tem algumas razões. Com a carteirinha do Louvre e os dias contados de Livia na Bibliothèque National de France, temos dobrado as jornadas: manhã, almoço e início da tarde na BNF, fim de tarde no Louvre, bastante cheio mesmo no horário que vai de 6 às 10 da noite. É a oportunidade para dedicarmos algumas horas a poucas salas por vez, em vez da correria habitual: hoje, além dos quartos impressionantes da ala Napoleão III, ficamos quase uma boa hora numa única sala, dedicada à Maria de Médicis, inteiramente tomada por pinturas monumentais de Petrus-Paulus Rubens, como esta acima, das mais espetaculares: A apoteose de Henrique IV e a proclamação da regência de Maria de Médicis. Boa hora desdobrando as referências alegóricas, a própria história da rainha, os panos de fundo religiosos, as personagens, as cores. Tanto mais, porque ainda uma vez, as salas que havíamos programado para visitar, sem nenhum aviso prévio, estavam fechadas.

25.12.07

Gustave Moreau

Talvez pelo lugar um pouco afastado dos grandes museus parisienses: na discreta rua de La Rochefoucauld, número 14. Ou pelo lugar particular que ocupa a sua obra, em diálogo com a pintura histórica (veja o notável Alexandre, o Grande), com a pintura mitológica (o Prometeu), com a pintura religiosa ou mesmo com um certo orientalismo (Júpiter e Semelê), sem se confundir com nenhuma delas. Ou pelas representações femininas um tanto estranhas: sua preferência pelas Salomés, Galateas, Helenas de Tróia, alongadas ou cercadas de um traço fino de arquiteturas quase fantasmáticas, como na Aparição ao lado (que pode ser ampliada), que retrata a aparição da cabeça de São João Batista, sangrando, para Salomé. Gustave Moreau, a despeito dos artigos que Huysmanns lhe consagrou no final do século XIX, não ocupa um lugar de destaque nas coleções parisienses. Seu museu, no entanto, é um dos mais belos de Paris: com os quartos do pintor preservados e dois andares tomados de pinturas monumentais. Para ser visitado, revisitado.

23.12.07

O Ateliê de Giacometti

Exposição na quinta passada, Centre Pompidou. De fato, como o título anunciava, pudemos comparar os diversos projetos e estudos de Giacometti com as esculturas terminadas. Foi assim que observamos as fases de elaboração de obras consideradas de vanguarda, como Retrato da mãe do artista (1927), Cabeça que observa (1927/28), O casal (1926), O objeto invisível (1934/35). O que mais intrigou, entretanto, para além dos belíssimos esboços e pinturas que ele também soube realizar com grande gênio, foram as peças do período pós-guerra, ou seja, aquelas de figuras extremamente longilíneas. Ao mesmo tempo em que transmitem vida, alongando-se para cima, num movimento verdadeiramente inusitado para a escultura, promovem quase asfixia, pois a quantidade de gesso/bronze que recobre as estruturas metálicas é a menor possível e parece desfazer-se. Figuras pequenas que caminham, outras, de grandes dimensões, que nos observam interrogantes, outras, ainda, com a cabeça ligeiramente levantada, observando com dignidade do alto de seus corpos cheios de vida e movimento, mas que se encaminham para a morte: assim os 4 homens e uma mulher, o Conjunto para o projeto da praça Chase Manhattan de Nova Iorque (1960), A floresta, 7 figuras e uma cabeça (1950), Bustos de Annette (em torno dos anos 60), Grande cabeça de Diego (1954), as numerosas Veneza (anos 60) e Elie Lotar III (1965).

Mais variedades

Hoje foi um dos dias mais agradáveis que passamos em Paris desde que chegamos. Frio, mas sol: 8 graus. Visita ao maravilhoso Museu de Gustave Moreau pela manhã, sobre o qual retornarei mais à frente; e isso se desdobrará num relato sobre a visita à exposição de Alberto Giacometti no Centre Pompidou na quinta-feira. Passeios de bicicleta: já fazia quase quarenta dias que esperávamos a autorização para usar as velibs, já que antes tínhamos apenas uma inscrição temporária no sistema. Fomos, assim, das proximidades da Saint-Germain de Prés até quase a rue de la Convention, do outro lado de Paris, entre os carros e as lojas abertas e iluminadas, acompanhando discussões no trânsito. Dia também de conseguir a carteirinha mais interessante de minha temporada em Paris. Até aqui já eram 9: das bibliotecas, do metrô, do restaurante da MSH, dos pesquisadores estrangeiros em Paris, de alberguista, de estudante, da Sorbonne, etc. Pois bem, a partir de agora tenho uma carteirinha do Louvre (foto acima), que me permite ilimitadas visitas e com Livia, nas quartas e sextas à noite.

20.12.07

Variedades

Alguns links foram ficando para trás na pressa dos últimos dias. Uma parte foi incluída na barra lateral, sobretudo com relação à Madrid. Ficaram outros, no entanto, desgarrados. Um deles traz algumas imagens do Museu do Vaticano, já que o site da Santa Sé não disponibiliza reproduções em tamanho razoável, tampouco era possível permite aos visitantes do Museu tirar fotos. Outro, em português, reune várias receitas culinárias italianas, na parte indicada "gastronomia". Parece bem confiável. Aqui um site bem completo com informações sobre queijos franceses. Aqui um site com link para rádios de música clássica na Europa que se pode ouvir pela internet. Por fim, um pouco como curiosidade, dois sites (de fans e no wikipedia) do Johnny Halliday, cantor francês que está nos cartazes por toda parte de Paris, nos programas de rádio, de tv. Imperdível. Um vídeo no dailymotion, que é a ferramenta que os franceses preferem ao youtube, pode ser visto aqui.

19.12.07

Concerto na Notre Dame

Não foi muito entusiasmante a apresentação ontem do coral da Maîtrise de la Notre-Dame consagrada à abertura do calendário litúrgico de Natal, e que prosseguirá com as vésperas do dia 24 e com o concerto do 25 (a programação está aqui, para um panorama das demais igrejas católicas de Paris e sua programação de Natal, consultar este outro link). Mesmo sabendo que Paul Claudel, um dos poetas que venho traduzindo, se converteu de forma fulminante justo ali, ouvindo o Magnificat de Bach. Diante também de um repertório interessante, peças de François Poulenc, alternadas com a improvisação do organista da igreja. E, evidentemente, num lugar genial e adequado ao canto coral. Ainda assim não funcionou, nem com o público. Não sei, talvez pelas ininterruptas rearrumações do coro e trocas de cena, pelo misto de peças corais, trios e madrigais, pela pouca dinâmica das interpretações. Um instante de maior emoção, no entanto, se obteve com o desmaio súbito de uma das coralistas, rapidamente conduzida aos fundos da catedral, sem que o concerto fosse interrompido.

18.12.07

Querido papis

Pablo e eu adoramos seu presente de Natal antecipado! Foi um dia de sol bem lindo, embora frio-frio-frio, e pudemos ir até a Torre Eiffel, seguindo, claro, todas as suas instruções. Ficamos pouco mais de uma hora na fila e depois foram essas imagens que você pode ver aí: nós dois (invisíveis nos 3 vídeos) olhando o elevador subir até o último andar. Veja se você pode imaginar: lá é tão alto (e eu já contei que fazia frio; lá em cima então, sentíamos tudo congelar), pois bem, lá é tão alto que a própria cidade fica envolvida numa bruma. Além disso, os prédios enormes, o rio Sena, o Louvre e tudo o mais parecem peças de lego muito bem arrumadinhas, como se fossem de mentira. Só voltando para o segundo andar da torre é que conseguimos fazer fotos sem nuvens! Foi uma tarde bonita demais e te agradecemos por isso! Um beijo e feliz natal para vocês aí!

17.12.07

Prazer da carne

Dia desses compramos no supermercado uma bandeijinha de manchons de canard, espécie de coxinha da asa de pato, como mostra o singelo diagrama ao lado. Aqui costuma-se utilizá-las na preparação do famoso cassoulet: feijão branco com toucinho, linguiça e os tais manchons, normalmente vendido em lata. Impossibilitados de realizá-lo sem panela de pressão ou mesmo sem uma panela relativamente grande, procuramos outras receitas no site marmiton. Aí começa a história. Livia conta que, quando criança, era capaz de comer bem uma dúzia de coxinhas de frango fritas. De minha parte, lembro-me de caixas de quibe rapidamente devoradas em família com mostarda amarela. Pois bem, as receitas de manchons francesas prevêm apenas duas coxinhas por pessoa, bem menores que as de frango. Isso mesmo, quase nada. Complicada para nós, a vida de um argentino carnívoro na França não deve ser das mais fáceis.

16.12.07

Fontes de Roma

Somadas ao rio Tibre, as numerosas fontes de Roma, construídas para garantir o fornecimento de água da cidade, inclusive nas colinas, fazem dela um lugar particularmente agradável. Enumeramos algumas: a Fonte della Barcaccia (de 1629, está em frente à escadaria da Praça de Espanha, que conduz à igreja da Trinidade dos Montes), a Fonte do Mensageiro (perto da lindíssima igreja S. Maria sopra Minerva), a dos Mouros, a de Netuno e a dos rios (esta última em restauração, todas na famosa praça Navona), a de Jutúrnio, a del Mascherone (de 1626, no cruzamento da via Giulia e da via del Mascherone, perto do Castelo São Angelo), a famosa Fontana de Trevi (de 1732, aquela do Fellini de La Dolce Vita, mais monumental do que imaginávamos, foto acima), a Fonte do Tridente (realizada por Bernini, na praça do Palácio Barberini) e outras, na Praça do Povo, em frente ao Panteão, na Praça Mateus. E outras ainda, que nem mesmo chegamos a ver ou apenas entreolhamos passando de ônibus: Acqua Fellice (praça São Bernardo), Api (Abelhas, na via Veneto), Botticella, Ninfas (na Praça da República), Paola (na Villa Doria Pamphili).

15.12.07

Sangue no metrô de Paris

Fim de tarde, saímos para conhecer o Marché de Noël (na foto, outras no flickr) e um pouco do bairro high-tech da Défense, onde a feira foi montada. Esperávamos enfeites, comidas, bebidas quentes, presentes e árvores de Natal. Encontramos, além disso tudo, um mercado de variedades, inclusive de nacionalidades diferentes: doces japoneses, louças árabes, bonecas russas e uma infinidade de quinquilharias que fariam inveja aos 1,99 se não tivessem um preço (imaginário, claro, porque eles são bons nisso) bem acima desse valor. Na volta, resolvemos caminhar pelo Champs Elisées para ver a iluminação de fim de ano. Tomamos a linha 1 do metrô (Défense-Chateau de Vincennes), apinhada de gente. Como já vínhamos percebendo, as relações no metrô de Paris sempre são tensas: “pardons” ásperos pra cá, “excusez-mois” tortos pra lá, mas hoje, especialmente, demos o azar de dividir o caminho com jovens que estavam a fim de bater em alguém: encaravam a todos, falavam alto, não se seguravam quando o trem freava... Não demorou muito, um senhor reagiu numa das paradas e os moleques, que pareciam 2, se tornaram repentinamente 5, com spray de pimenta, socos, pontapés e cusparadas assassinas. É certo que o título desse comentário é exagerado, o senhor saiu com um supercílio sangrando, mas de todo modo o evento atesta uma violência não divulgada em Paris.

14.12.07

Coelho na mostarda

Para um site que se chama La Brioche com Ramón, enfim uma receita de coelho na mostarda, traduzida do indispensável site Marmiton. Corte o coelho em pedaços e pincele-o com mostarda forte, fritando-o em seguida com um pouco de azeite. Ferva noutra panela 3/4 de uma garrafa de vinho branco com 2 dentes de alho em pedaços, 3 folha de louro, um pouco de tomilho, de açúcar e 2 cenouras. Retire o coelho e mantenha-o quente. Doure 5 cebolinhas fatiadas na panela, retorne o coelho e o caldo da outra panela. Salgue, coloque pimenta do reino e deixe cozinhar por mais ou menos 1 hora. Misture num pote creme fresco, uma colher de sopa de mostarda forte e o caldo do coelho por um minuto e sirva com os pedaços de coelho, salsa picada e batatas.

13.12.07

Dove mangiare a Roma

Essa é das rubricas que merece destaque. Espertinhos com os preços elevados dos restaurantes parisienses e com a qualidade nem sempre compatível, nos preparamos para Roma com dois guias, o Routard e o Michelin, mesmo já sabendo das opções econômicas na Itália: pizzas de taglio para comer nos balcões, salgadinhos fritos, sorvetes. Com os guias, aliás, chegamos mesmo a nos preparar para enfrentar uma fila na concorrida Pizzeria Da Baffetto, embora o serviço, ao contrário do informado, não fosse nem um pouco rápido: hora e meia para a tal pizza chegar. Apesar de excelente, todavia, não ficava atrás daquela que provamos a uns passos dali, na La Montecarlo (Via dei Savelli, 12): com mais recheio, mais barata e num tempo recorde. Logo percebemos que em termos alimentares os guias eram desnecessários, a comida em Roma é, em geral, de boa qualidade e os preços são razoáveis. Fizemos duas descobertas: o Ristorante Carlo Menta (Via della Lungaretta, 101, foto acima) no charmoso bairro Trastevere, onde os romanos costumam sair para jantar. Também o Castroni, paraíso da gula, onde se podem comer doces maravilhosamente bem feitos e baratos (1,50 uma sfogliatella), tomar café moído na hora (1€ um café ou um capuccino) além de suas estantes mais estantes com chás, condimentos, chocolates, torrones, compotas, panetones... Para um sorvete, endereço recomendadíssimo: Il Gelato di S. Crispino (Via della Panetteria, 42, perto da Fontana di Trevi), com o atendimento agradável de uma brasileira quase italiana.

12.12.07

Museus em Roma

Uma das coisas que mais nos inquietava antes da viagem para Roma era quais museus visitar. Com pouco mais de quatro dias na cidade, podíamos conhecer algo além dos fóruns obrigatórios, ou das igrejas, das praças e do próprio Museu do Vaticano, indispensável não só pela Capela Sistina (link para a visita virtual). As confusões e hesitações começavam, no entanto, já aí: era difícil descobrir o funcionamento justamente do museu mais visitado de Roma. Com horários diferentes para cada época do ano, dias de fechamento, dias de fechamento parcial. Além disso, com dois "esquemas" de preço: com direito à fila de mais ou menos 1 hora no inverno, 2 no verão (13 euros), furando a fila com a ajuda de um guia credenciado (40 euros, insistemente recomendado no albergue em que ficamos). Na verdade, descobrimos que chegando um tanto antes havia tempo para visitar razoavelmente o museu, que é imenso, mesmo com ele fechando às 13:45. Quanto aos demais museus, optamos por três deles: os Musei Capitolini, com a Vênus do Capitólio e a estátua de Marco Aurélio; a notável Galleria Borghese, que nos surprendeu com uma exposição de Antonio Canova, e que precisava reservar antes no link, e a Galleria Nazionale d'Arte Antica, no Palazzo Barberini. Mas deixamos tantas outras opções de fora: o museu de arte etrusca da Villa Giulia, o Palazzo Farnese e suas obras de Annibal Carrache, a Galleria Doria Pamphili. Por isso talvez as moedinhas jogadas para trás na Fontana de Trevi, uma delas com o pedido para voltar à Roma.

11.12.07

Impressões

É fácil imaginar-se morando em Roma: a cidade é bonita e cada trecho ficou parado num tempo diferente, uns nos séculos II e III, alguns na Idade Média, outros na Renascença, no XVII ou no XIX. É possível escolher. A luz é incrível, o clima ameno mesmo no inverno, as ofertas culturais nada desprezíveis, com várias exposições, música na Academia Santa Cecília, ópera, cinema. O transporte funciona, embora com apenas duas linhas de metrô, graças talvez às dimensões menores do centro da cidade, que se pode facilmente percorrer à pé sem risco de ser atropelado, como alertavam os guias da cidade. A comida é boa e barata, as pessoas que circulam têm um certo humor e parecem sentir-se bem. Para nós, há mesmo uma identificação. Tudo se parece um pouco: as ruas não excessivamente limpas, as pessoas que não pedem licença nem ficam do lado direito das escadas rolantes, e que também não cumprimentam os motoristas de ônibus. Desconto garantido para o nosso “jeitinho”, que lá pode ser descaramento: precisamos discutir com cinco italianos que pretendiam passar a nossa frente numa fila de pizzaria (sim!, lá também há filas!). Por outro lado, com o passe de museus que compramos para 2 visitas, facultaram-nos a entrada em 5 museus. Isso mesmo, em alguns casos, quando não funcionava, abriam uma portinhola do lado, sempre de forma descontraída. Assim os cinco dias, em que tiramos várias fotos, menos quando chovia. A de cima, apesar disso, é a vista de Roma a partir do Museu Capitolini, em dia de muita chuva.

Volta à Paris

Sim, voltamos. Com muitas histórias de Roma, cidade excepcional: de seus museus, de suas praças com fontes, de seus sítios históricos notavelmente preservados, de suas pizzarias, de suas ruas. Difícil mesmo começar, por isso a necessidade de dividir o texto em pequenos tópicos. Para também multiplicar as impressões e as imagens que seguirão ao lado e no flickr. Do mesmo modo, para que o texto sirva relativamente de guia para outros viajantes romanos, em face de tantas informações desencontradas sobre a cidade. As imagens ao lado podem ser ampliadas apenas clicando em cima. A primeira é do Augusto com o fórum imperial atrás.

5.12.07

Pausa

Faremos, pelos motivos já conhecidos, uma pequena pausa no blog até possivelmente o dia 10. Quem quiser encontrar-nos em Roma (talvez o Mineiro, zanzando pela Itália), estaremos na Pensione Ottaviano, há algumas quadras do Vaticano. Aproveitando a oportunidade, o papa publicou recentemente a sua segunda encíclica, sobre a esperança: Spe Salvi. Os lingüistas descobrirão nela uma utilização curiosa da teoria dos atos de fala de Austin e Searl, sem citá-los. Há também uma intepretação religiosa, de certo modo, de Marx.

4.12.07

Roma

Já há alguns dias preparamos nossa viagem à Roma. Consulta de guias e de livros sobre a história de Roma permitiram assegurar uma bibliografia interessante para pesquisa: o Journal de voyage de Montaigne, Promenades dans Rome de Stendhal, Aux couleurs de Rome de Valéry Larbaud, Antiquité de Rome de Joachim du Belllay, Roma de Gogol, Viagem à Itália de Goethe, os livros de André Chastel, L'Art italien e Le Sac de Rome (este indisponível nas livrarias), os livros do historiador Emile Mâle, Rome et ses vieilles églises e Rome, e de Pierre Grimal, Nous partons pour Rome. O que se consegue obter de informações literárias e artísticas da cidade não corresponde, todavia, a dificuldade de descobrir os horários de funcionamento de museus, a possibilidade de fazer reservas, o preço de entradas, etc. Mesmo no guia Michelin, recomenda-se passar na véspera em muitos deles para descobrir como funcionará no dia seguinte. A tela ao lado, intitulada "A fonte", é de Hubert Robert, pintor francês do século XVIII que morou em Roma.

Pleins faux

Passamos hoje lá nos supostos "Pleins feux" da Ópera de Paris. Segundo o site l'Internaute, um ensaio geral da ópera. A mesma informação também no topo do página do site da Ópera de Paris. No entanto, uma pequenina conferência de introdução à ópera, isso mesmo, sem músicos, sem orquestra. Informações desencontradas: as pessoas chegariam cedo (uma hora e meia antes) para uma simples conversinha informal sobre Richard Wagner? Fariam fila na entrada, entrariam rapidamente para pegar bons lugares? Estranho. Não sei se entendemos direito ou se é pelo fato de os funcionários da Ópera estarem em greve já há algumas semanas.

3.12.07

Mini-visita

Livia acaba de me dizer que gostou dos 45 minutos que conseguimos passar ontem no Louvre, no fim da tarde. Disse que iríamos ao Musée de l'Orangerie e aconteceu, de fato, alguma coisa estranha: o jardin de Tuileries que lhe dá acesso estava fechado, por causa da chuva. Ficamos, assim, uns vinte minutos contornando as entradas possíveis, até decidirmos seguir em direção ao Louvre, onde havia uma multidão. Foi o tempo apenas para conhecer uma parte da parte do Egito Faraônico. Esfinges de quatro toneladas, cadeiras, pequenos objetos e amuletos de 2000 antes de Cristo, vestuário, papiros. A deusa Isis (ao lado) era senão uma pequena miniatura em bronze para rituais privados.

2.12.07

Propaganda enganosa

Será que só nós não vimos no site do Centre Pompidou e nos cartazes mal colocados na entrada do museu que a gratuidade de hoje não incluía a exposição Alberto Giacometti? O link está aqui. De todo modo, maravilhosa visita, sobretudo num dia de ventos e muita chuva (foto acima). Depois colocaremos imagens no flickr, já que ainda vamos passar no Musée de l'Orangerie à tarde. Outra propaganda enganosa: guarda-chuvas deveriam vir com selo do inmetro com a quantidade de vento que eles suportam: 15 km/h, por exemplo, para os automáticos.