20.5.08

Othello no Théâtre du Nord-Ouest

O "teatro do noroeste" em Paris tem, há muitos anos, o projeto ambicioso de montar integrais: de Molière, de Paul Claudel, de Racine. Nesta temporada, já há alguns meses vem apresentando semanalmente as peças de Shakespeare. Integrais mesmo: sem cortes, prolongando o Rei Lear, por exemplo, por cinco horas de espetáculo! Fui no domingo passado ver um Othello intimista, numa sala de poucos lugares e poucos recursos: um subsolo sem cenário com colunas no meio, sem música, senão cantada pelos próprios atores. Para pontuar as seqüências, apenas uma sucessão de flashs: a luz se apaga, muda-se a cena. Com interpretações excelentes, no entanto, o texto resiste. Karine Laleu fez uma Desdêmona magnífica. Também Assane Timbo no papel de Othello. O discreto Iago de Alexandre Mousset permitiu, ademais, ver por trás de si a figura do autor, urdindo as tramas, observando-as de longe, medindo com elas as reações das personagens e as do público.

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