21.5.08

Cultura antropológica em Madrid

Com o tempo, o aparentemente fútil pode se converter em fonte de conhecimento de uma cultura e mais especialmente de uma classe. Isso a propósito de dois museus de Madrid, o do Traje e o de Artes Decorativas. Deste último, vi pouco, como, aliás, em outra ocasião, quando arrisquei uma visita em dia gratuito ao Arqueológico (sem funcionários, alguns museus abrem suas portas, mas nem tanto...). Quanto ao Museu do Traje (dentro do campus de Moncloa da Universidad Complutese), um dos divertimentos é ver as criações de Paco Rabanne, Jean Paul Gautier e Giorgio Armani dentro do museu. Mas há outros. Saber, por exemplo, que a invenção dos vidros que parecem brilhantes (de George Fréderic Strass, 1701-1773) fez sucesso no que hoje é o Paseo del Prado, quando todos saíam para ver e ser vistos. O museu também recorda a relação das vanguardas com a arte déco, tão freqüentemente esquecida (como, por exemplo, na exaustiva exposição Picasso do Reina Sofía), embora muitos artistas - Dalí, De Chirico, Matisse, Sonia Delaunay e Picasso mais que todos juntos - tenham desenhado estampas, roupas para representações teatrais e ilustrado capas de revistas. Como última curiosidade, acima está a Mariquita Pérez, “a boneca que se veste de verdade”, sonho de várias meninas espanholas durante os anos 30 e 40.

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