8.5.08

Lovis Corinth no Musée d'Orsay

Lovis Corinth (1858-1925) não é um pintor muito conhecido na França. Impressionista, expressionista, alemão. Autor de uma obra diversa, nem tanto desigual: mitologias, quadros religiosos, auto-retratos, retratos em personagem, paisagens, naturezas mortas. O Musée d'Orsay em Paris dedica-lhe, nesses últimos dias, uma grande retrospectiva. É a oportunidade de ver a sua surpreendente Salomé, tocando com os dedos a cabeça de São João Batista, desviando o olhar, com os seios à mostra numa estranha composição de amarelos. Ou o espetacular conjunto de naturezas mortas, bois abertos no abatedouro, vermelhos e negros; paisagens expressivas, com as quais dialoga uma bela homenagem de Alselm Kieffer feita especialmente para a exposição. Ou a velhinha de pele estriada, feita de pinceladas rápidas e texturas. Por fim, mas é bem o início da exposição, para observar esse auto-retrato, acima, em que Corinth, qual um bufão nos olha e brinda, apertando com os dedos a ponta do seio de sua mulher.

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