14.2.08

Dois museus em Toledo

Em toda a cidade, e sobretudo nas igrejas de Toledo, há qualquer coisa já de museu, num sentido bastante positivo. Muito da história romana, visigoda, judia, muçulmana e, enfim, espanhola, foi preservada. Museu cheio de vida e de pessoas (pequena digressão merecem os carros que estão por todos os lados, ainda que muitas vezes pareça quase impossível a presença deles em ruazinhas tão estreitas - há mesmo muros escavados, não sabemos se por ordem prática ou por acaso). Nosso guia indicava como visita obrigatória o Museo de Santa Cruz (pórtico acima), antigo hospital, construído em estilo renascentista, com tapeçarias de flandres do século XV incrivelmente conservadas, também trajes luxuosos de padres, esculturas medievais, azulejos antigos, o retábulo La Asunción (1613) de El Greco e outros quadros dele, cuja produção, percebemos facilmente, é heterogênea. Mas o que realmente nos surpreendeu e intrigou foi o Museo de los Concilios y la Cultura Visigoda ou Iglesia de San Román: uma mistura, difícil de desfazer no caso de leigos como nós, de elementos de várias proveniências. São pinturas com inscrições em árabe ao mesmo tempo em que se representam episódios da vida do Cristo ou dos doze apóstolos. Colunas com delicadas volutas romanas, sustentando aberturas copiadas da Sinagoga de El Tránsito. E o edifício mesmo, em seu conjunto moçárabe (mudéjar), com decorações que parecem rendas diminutas, construído sobre os restos de uma igreja românica.

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