23.12.07

O Ateliê de Giacometti

Exposição na quinta passada, Centre Pompidou. De fato, como o título anunciava, pudemos comparar os diversos projetos e estudos de Giacometti com as esculturas terminadas. Foi assim que observamos as fases de elaboração de obras consideradas de vanguarda, como Retrato da mãe do artista (1927), Cabeça que observa (1927/28), O casal (1926), O objeto invisível (1934/35). O que mais intrigou, entretanto, para além dos belíssimos esboços e pinturas que ele também soube realizar com grande gênio, foram as peças do período pós-guerra, ou seja, aquelas de figuras extremamente longilíneas. Ao mesmo tempo em que transmitem vida, alongando-se para cima, num movimento verdadeiramente inusitado para a escultura, promovem quase asfixia, pois a quantidade de gesso/bronze que recobre as estruturas metálicas é a menor possível e parece desfazer-se. Figuras pequenas que caminham, outras, de grandes dimensões, que nos observam interrogantes, outras, ainda, com a cabeça ligeiramente levantada, observando com dignidade do alto de seus corpos cheios de vida e movimento, mas que se encaminham para a morte: assim os 4 homens e uma mulher, o Conjunto para o projeto da praça Chase Manhattan de Nova Iorque (1960), A floresta, 7 figuras e uma cabeça (1950), Bustos de Annette (em torno dos anos 60), Grande cabeça de Diego (1954), as numerosas Veneza (anos 60) e Elie Lotar III (1965).

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