25.12.07

Gustave Moreau

Talvez pelo lugar um pouco afastado dos grandes museus parisienses: na discreta rua de La Rochefoucauld, número 14. Ou pelo lugar particular que ocupa a sua obra, em diálogo com a pintura histórica (veja o notável Alexandre, o Grande), com a pintura mitológica (o Prometeu), com a pintura religiosa ou mesmo com um certo orientalismo (Júpiter e Semelê), sem se confundir com nenhuma delas. Ou pelas representações femininas um tanto estranhas: sua preferência pelas Salomés, Galateas, Helenas de Tróia, alongadas ou cercadas de um traço fino de arquiteturas quase fantasmáticas, como na Aparição ao lado (que pode ser ampliada), que retrata a aparição da cabeça de São João Batista, sangrando, para Salomé. Gustave Moreau, a despeito dos artigos que Huysmanns lhe consagrou no final do século XIX, não ocupa um lugar de destaque nas coleções parisienses. Seu museu, no entanto, é um dos mais belos de Paris: com os quartos do pintor preservados e dois andares tomados de pinturas monumentais. Para ser visitado, revisitado.

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