27.6.08

A Cartoucherie de Vincennes era uma fábrica de armamentos e estava abandonada. Nos anos 70, o conjunto de armazéns, em vias de demolição, passou a ser ocupado, primeiro pelo Théâtre du Soleil, depois por outras companhias, como o Théâtre de la Tempête, de l'Aquarium, de l'Epée de Bois e o Théâtre du Chaudron. Na zona 3 de Paris, o lugar é especialmente campestre, no meio do atual Parc Floral (antes também propriedade do exército). Isso não impede, entretanto, que Shakespeare seja ali representado. Em Penas de amor perdidas, tudo é artifício e explosão para concretizar sonhos e prazeres ingenuamente proibidos pelo rei de Navarra e seus amigos, antes engajados numa abstinência de três anos destinada ao conhecimento e ao estudo. A adaptação é de Ariane Bégoin, a direção de Hélène Cinque e a coreografia de Marie Barbotin. Espetáculo de muitas risadas, com dança, pantomima, canto e clowns. Também muita cultura pop, empregada às mil maravilhas para atualizar a peça: de Aznavour a Mika, passando por hits americanos e filmes como Sex and city e Tigre e o dragão. Destaque para os papéis farsescos de David Levadoux (Don Adriano de Armado, acima, à esquerda, no cartarz da temporada anterior) e Nicolas Vallet (Courge, à direita), além da graciosa canção de Jacquinette interpretada por Julie Autissier.

Dica para tornar o passeio ainda mais agradável: indo ao Théâtre du Soleil (o único que chegamos a conhecer), aproveite para jantar. Tudo bom e barato, em meio a budas vermelhos e velas, num ambiente verdadeiramente decontracté/relax.

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