27.5.08

Duas exposições no Centre Pompidou

O Centre Pompidou apresenta nesses últimos dias duas grandes exposições: Rastros do Sagrado e Louise Bourgeois. Tão incompatíveis e talvez, por isso, interessantes assim, lado a lado. O universo telúrico, sexualizado da famosa escultora, o recorte metafísico, transcendente da exposição temática, cujo cartaz reproduz os experimentos fotográficos sobre correntes elétricas. Traces du Sacré, no entanto, parece recair nas abordagens muito vastas, muito transversais, da questão religiosa. Como a eletricidade da chamada publicitária, parece percorrer, sem grandes questões, ideológicas, históricas ou mesmo religiosas, as possíveis formas de expressão do sagrado. O termo vago vai recobrindo tudo, e apagando os seus problemas locais. Nesse sentido, a exclusão de um quadro como o de Kasimir Malévitch, do acervo do próprio museu (acima), com seu contexto cristão e político, não surpreende: O homem que corre (1933-1934).

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