15.2.08

Catedral de Toledo

Essa grande catedral (esse é o link, que não faz jus a uma antiga sede religiosa do Império, aviso desde logo) impressiona com o estilo gótico exterior e o mudéjar e plateresco do interior, fortemente decorado, como se, por dentro, ela fosse um grande ostensório, como o exibido na parte dos Tesoros destinados à Procissão do Corpus Christi, de prata e ouro, cheio de pequenas lanças. Nós chiamos um pouco com os ingressos sem redução, mas logo entendemos que o preço valia: coleção de quadros fascinantes, desde Ticiano, Van Dyck, Goya, Caravaggio, e, claro, El Greco, embora tudo com uma luz esquisita, para não dizer mal iluminado. Isso porque noutra parte da catedral há uma clarabóia que ilumina esculturas muito brancas, que parecem desprender-se do teto. Por meio do claustro, sobre um antigo mercado destruído, pode-se entrar numa capela do século XV, restaurada, com pinturas murais alegres: dragões que parecem rir, estrelas amarelas num teto azul celeste (foto acima), um anjo da Anunciação de asas quase transparentes nas extremidades, de tão leves. O altar-mor - com cenas da vida do Cristo emolduradas por um retábulo dourado - tanto quanto o coro - inteiramente construído de madeira, em que cada assento tem entalhe próprio, com bichos fantásticos, a representação seriada da queda de Granada e imagens do Antigo Testamento - certamente estão entre as coisas mais lindas que existe.

Nenhum comentário: