5.1.08

Dia a dia

Para quem passeia pelas regiões turísticas em Paris, regiões centrais sobretudo (1 a 4), talvez seja interessante, por vezes, vir ao décimo arrondissement. Não que estejamos na periferia de Paris, nada disso. 12 minutos de bicicleta da Notre-Dame não é lá periférico, sobretudo numa cidade tão grande e espalhada. Tampouco pelos atrativos turísticos: apenas a Passage Brady (onde vende comida indiana) e o Canal Saint Martin. Mas é curioso saber que, ao lado do Récollets onde moramos, há uma loja de armas, canivetes, espadas samurais e armaduras. Ou que é possível encontrar terríveis congestionamentos para cima do Faubourg Saint-Martin. Ou, tanto mais, que nas saídas do metrô Château d'Eau há pelo menos 30 cabelereiros afro para senhoras e moças, em que é possível fazer um aplique com cabelos importados do Brasil, enquanto seus maridos e rapazes ficam conversando em torno das duas saídas das escadas rolantes. Por fim, num período de restrição absoluta ao fumo, agora já há 5 dias, em todos os bares de Paris, nada como notar as soluções improvisadas dos "bares a tabaco", os mais prejudicados. Diferentemente dos restaurantes e dos cafés, às vezes com pequenas mesas do lado de fora e aquecedores, esses especialistas na venda de cigarro teriam que construir, para se adaptarem, pequenas cabines isolantes. Mesmo eles, isso mesmo, que quase só vendem cigarros e sanduíches, para acompanhar. Como os demais, colocaram, portanto, banquinhos nas portas. Quase todos, na verdade. Um folclórico café de Lyon, assim o definem alguns jornais, vem desafiando a exagerada proibição.

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