27.10.07

Vida romântica x Clichy

Passeio ligeiro e sem pretensões, flanar, mas mantendo-se a idéia de descanso mental depois de tantas horas de colóquio na quinta e sexta-feira passadas. Direção Musée de la Vie Romantique, casa do pintor Ary Scheffer (1795-1858), construída em 1830. Todo um clima, com belíssimos papéis de parede, carpetes aveludados e grandes janelas com vista para o jardim. Nesse lugar absolutamente aconchegante, Scheffer recebeu amigos ilustres (Lizst, Dickens, Turgueniev) e teve vizinhos como Delacroix, Chopin e George Sand. Desta última, conservam-se objetos pessoais, quadros que a retratam e delicadas aquarelas que ela mesma compôs. O divertido é que para chegarmos a esse clima doce passamos pelo Boulevard de Clichy, famoso pelas boates gays, casas de streap-tease, cinemas e lojas pornôs, além de uma concentração ampla e variada de todas as tribos possíveis. Aos pés, apesar disso, da Basílica do Sacré Coeur (foto aqui). Mas para lembrar-nos de que o romantismo é também coisa dos demônios.

Nenhum comentário: