26.4.08

Mais música em Paris

Tenho ido uma terça-feira por mês à Salle Cortot. É algo que me diverte em Paris. A associação Animato reúne jovens pianistas, todos futuros ganhadores dos milhares de concursos internacionais que existem. Alguns de 8 anos apenas, outros de 18, nunca mais do que isso. Apresentados de forma agradável, como se se tratasse de um encontro semanal de bingo, revezam-se num repertório sempre arriscado. Risco calculado (um dos meninos de 15 anos tocou a difícil Islamey de Balakiriev e um dos estudos sinfônicos de Schumann com grande habilidade): igual a aplausos, bis e a convites para outros recitais. No entusiasmo, não é estranho que os concertos se prolonguem por quase três horas!

Fui na semana passada com um casal de amigos assistir a um show de rock. Com os anos, encaro-os cada vez mais como um acontecimento digno de interpretação antropológica. Mas fui mesmo assim. La Flèche d'Or (foto acima) é um bar construído no mesmo lugar de uma antiga estação de trem parisiense abandonada. No site, eles dizem que servem jantares, não é o mais importante. Diariamente, artistas da "cena" européia e sobretudo inglesa sobem ao palco para promover seus discos novíssimos. Merz esteve lá com seu rock-folk melo(dio)so repleto de parafernálias eletrônicas, para o delírio de um público que pedia silêncio aos que disputavam uma cerveja cara. O show, recomendado pela revista Télérama, era gratuito.

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