24.4.08

Llegan barcos a la costa trayendo frutos de afuera ou Ricardo Piglia em Madrid

Conheci Ricardo Piglia, mas isso é assunto para a posteridade. Foi em uma Semana de Autor dedicada a ele entre 14 e 19 de abril na Casa de América (programação e vídeos de todas as mesas de debate), também no dia 20 de abril no Centro de Arte Moderno. Os pontos altos foram a fala de Alan Pauls sobre a noção de “último”, ensaio iluminador, muito distante dos lugares comuns da crítica. Também a finalização das homenagens: exibição de um trecho da ópera La Ciudad ausente e execução dos Postangos, duas mostras rápidas mas incontestáveis de Gerardo Gandini de como se pode fazer música contemporânea que se presta ao desfrute! No Centro de Arte Moderno, o filme La Sonámbula (1998), dirigido por Fernando Spiner, com roteiro dele e de Piglia: memória sombria de 2010 com flashs poéticos de um passado recente, em diálogo com Laura, 1984 e com o futuro Minority Report de Spielberg. De tudo, entretanto, o que me fez muitas vezes sorrir e muitas vezes menear com a cabeça em gesto afirmativo foi a conferência magistral de Ricardo Piglia, “¿Qué será la literatura? Tres historias de infancia”. Apesar das três histórias, as duas, sobre as quais tanto insisti durante três anos, quando escrevi um estudo sobre sua obra, estavam ali, embora em ordem inversa. A segunda história, “la subterránea, la interminablemente heroica, la impar”, também, claro “la inconclusa”, foi exposta pelo Professor Ricardo Piglia, com direito a pausas e exemplos: “afinal, como a técnica pode responder qual será o futuro da literatura?” ou “por que a literatura, ao usar mal a técnica ou ao lutar contra o limite oferecido pela técnica, a torna tão produtiva?” Depois, a primeira história, chamada “Tres historias de infancia”; aparentemente simples, embora responsável por esconder a segunda, foi narrada por Piglia-Renzi, quase como uma lembrança infantil, despretensiosa e sincera.

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