3.2.08

No country for old men

Vi que acabou de entrar em cartaz no Brasil o filme a que assisti ontem, dos irmãos Coen, diretores de Fargo (1996), Este país não é para velhos (em Portugal)/ Onde os fracos não têm vez (site oficial aqui), título original tirado do poema Sailing to Byzantium de William B. Yeats. Violento, inquietante, inscrito talvez a partir do que o poema indicaria no verso "those dying generations", essas gerações que morrem - no filme, diante de um xerife, Tommy Lee Jones, que apenas observa melancólico. A morte e a "marca da maldade" (para retomar o filme de Welles), além disso, estão presentes no personagem sombrio e fantasmático de Javier Bardem, um psicopata assassino, circulando na cidade com sua arma de pressão (acima). Não é possível contar mais sobre esse filme absolutamente pessimista, com seu falso herói, um caubói que descobre uma maleta de dinheiro proveniente de um conflito entre traficantes. Com sua ironia mordaz e surpreendente, nos diálogos aparentemente gratuitos à la Tarantino. Porém com um registro de filmagem muitas vezes lento, mas sem deixar de ser imprevisível. Soube, aliás, que a recepção entre um certo público, que talvez tenho ido ver o filme em virtude das indicações para o Oscar, decepcionou. Talvez seja justamente por isso. Já é uma boa justificativa para dar uma espiada.

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