14.1.08

Madrid, primeiros dias e impressões

Chegada em Madrid dia 12/01, curiosamente (porque, claro, foi sem intenção), no aniversário de 44 anos de morte de Ramón Gómez de la Serna (o Ramón do título do blog). Apropriado lembrar seu nome estando numa cidade que ele reinventou por meio da literatura: a Madrid dos objetos sem valor, do Rastro (feira de antigüidades e de usados em geral), das ruas afastadas do centro, dos parques escuros durante a noite, que, quando atravessados, transmitem o pressentimento do crime embora jamais se saiba se seremos os assassinos ou as vítimas. Madrid pensada e imaginada durante um sem fim de noites em claro, quando ele se punha a escrever. Pois justamente um pouco dessa sensação de trocar o dia pela noite - não aquela dos parques - tenho eu agora, diante do extraordinário horário espanhol. Comércio aberto das 10 às 14 horas e das 17 às 20 horas. Entre as 14 e as 17, almoço e descanso: uns voltam para casa para dormir, outros tomam sol nos parques, outros batem papo num café. Os horários correspondem também a outro tipo de alimentação, que deixarei para comentar noutro momento, com mais calma. Basta dizer que provei já a pina (espécie de ratatouille), o roscón (rosca doce que se come no dia de reis, um pouco antes, um pouco depois, foto acima), o polvorón (uma paçoca feita com amêndoas no lugar do nosso amendoim), além do tradicional queijo manchego e da tortilla.

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