11.2.08

Toledo, primeiras notas

Verdade que fomos ver essa jóia e que chegamos lá em apenas meia hora, num novo trem da AVE que sai da Estación Atocha de Madrid. Dois dias inteiros e muito para contar, por isso logo mais desdobraremos essa postagem em outras, com detalhes de nosso passeio. Por ora devemos dizer que caminhamos feito doidos, ladeiras abaixo, ladeiras acima. Nos perdemos por algumas ruelas medievais desse grande burgo que foi romano, visigodo, muçulmano e cristão, com momentos de convivência pacífica alternados com outros de massacre. Toledo foi, além de tudo, grande centro de traduções no reinado de Alfonso X e capital do Império espanhol no século XV, com os Reyes Católicos. Nos anos da guerra civil (1936-39), conheceu muitas disputas, dessa vez entre os próprios espanhóis, divididos entre republicanos e falangistas. Mas nada disso seria tão incrível se de cada um desses eventos a cidade não tivesse deixado testemunhos. Eles estão por toda parte: no Alcázar (séc. III), na Mezquita del Cristo de la Luz (séc. X), no Museo de Santa Cruz (antigo hospital), na magnífica e gigantesca Catedral, na Sinagoga del Tránsito (também Museo Sefardí, de 1366) e na de Santa María la Blanca (séc. XIII), no Monasterio (franciscano) de San Juan de los Reyes (séc. XV), na Iglesia San Román, na Iglesia de San Idelfonso (jesuítas), nas portas que protegiam a cidade (Puerta del Sol, de Bisagra, de Alfonso VI, Cambrón), nas pontes que cortam o rio Tejo. E ainda não mencionei as pinturas de El Greco, que estão espalhadas por toda a cidade, ainda que o museu dedicado a ele estivesse fechado para reforma. Suas telas podem ser encontradas, entre outros lugares, na Iglesia San Tomé (onde apreciamos o famoso El Entierro del señor de Orgaz) e no Convento Santo Domingo El Antiguo.

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