18.2.08

Museo Lázaro Galdiano

Alguns sabem usar bem o dinheiro, como esse investidor e mecenas que hoje empresta seu nome a um museu e a uma fundação, e sua esposa, Paula Florido y Toledo. Dois colecionadores infatigáveis, como provam os quatro andares de seu palacete (térreo e três andares, c/ Serrano 122, Madrid), que abriga jóias (a partir do século IV a.C.), pequenas esculturas de várias partes do mundo e em diversos materiais (a partir do século I), objetos em marfim (das caixinhas, confesso, tive inveja), cerâmicas, "retraticos" e miniaturas, armas, moedas, tecidos, pinturas e mais pinturas. Tudo isso reunido num edifício luxuoso, em que cada sala é decorada com material diferente (mármore, madeira em alto relevo, estuque dourado, etc.), com tetos inteiramente pintados. Coleção particular tão impressionante quanto a do Musée Jacquemart-André de Paris ou a Galleria Borghese de Roma. Bom gosto e refinamento indiscutível na escolha de tudo, ainda que se trate de quadros atribuídos, de cópias ou de autorias anônimas. Infinidade de artistas que eu desconhecia e aproximação mais ou menos profícua de alguns de seus prediletos: Eugenio Lucas Velázquez (inúmeras paisagens românticas que, como diria Pablo, não tocam meu coração), Eugenio Lucas Villamil (bom continuador do estilo de Goya, responsável pela decoração dos tetos), Zacarías González Velázquez, Vicente López Portaña. Entre os originais, quadros de Francisco de Zurbarán, El Greco, Michael Sittow, Claudio Coello, Murillo, Bosch, Lucas Cranach e Jan Brueghel, el Joven (acima "La entrada en el arca de Noé"- talvez distorcido - mundo fantástico, exagerado e resplandecente).

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