17.2.08

España, 1808-1814, nación en armas

Exposição gratuita do Centro Cultural de la Villa, Teatro Fernando Fernán Gómez (Plaza Colón, 2). Interessante para diminuir a ignorância com respeito à guerra espanhola de independência, dirigida contra os franceses, com aliança inestimável da Inglaterra. Sátiras anônimas divertidas (como a de um burro como conselheiro de Napoleão ou a de um toro chifrando um militar francês, em plena Plaza de Toros, com nobres espanhóis, inclusive um clérigo, gargalhando e aplaudindo no fundo), exibição de armas da época (sabres, pistolas, machados, carabinas, espadas, etc.), uniformes de várias divisões dos exércitos (francês, inglês, espanhol e português), mapas e pinturas inglesas e espanholas de caráter descritivo. Três partes da exposição chamaram a atenção, em ordem crescente. A intitulada Haciendo la guerra a lo moro, que tenta recontar o papel das milícias populares e a formação de caudillos/chefes improvisados. O último momento, dedicado ao uso que as propagandas republicanas (1934-39) fizeram das lutas de independência e dos episódios do 2 de maio de 1808 (nos dois períodos a Espanha esteve dividida, primeiro entre partidários da França e partidários da Espanha, depois, entre republicanos e fascistas). Finalmente, estavam espalhadas pelas salas reproduções de algumas águas-fortes de Goya que compõem a série Los desastres de la guerra (1810-1815). Gravuras sombrias, irônicas e chocantes na medida em que são impiedosas com a miséria humana, tanto a econômica quanto a espiritual. Entre as mais pungentes: Con razón o sin ella, Lo merecía e Contra el bien general (acima, numa versão esmaecida).

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