30.1.08

Noites musicais

Semana passada, Livia e eu assistimos à execução do Requiem de Brahms no Auditório Nacional de Música de Madrid: orquestra do país, regência um pouco burocrática de Joseph Pons, apesar dos solistas. Não esperava nada muito melhor ontem, quando fui dar uma espiada no concerto gratuito da igreja Saint-Sulpice. Lugar fantástico, peça promissora: a segunda sinfonia de Mahler. Cheio, muito cheio: concerto de caridade, com direito a discretas cestas para recolher donativos. Mas não começou bem, tampouco terminou. O bispo entusiasmado, fazendo trocadilhos entre Mahler e malheur (infelicidade). Depois um exagerado regente (o adjetivo foi empregado por um casal de italianos), subia numa das cadeiras convocando o público, constrangido, para cantar. Por fim, a peça executada a meio coro (o resto não teve tempo de ensaiar) e à meia orquestra (levando em consideração as exigências de Mahler). Nada que um ou outro deslocamento de trompistas pela igreja não tornasse, com a gesticulação frenética do regente, ainda mais dramático! Felizmente, a lembrança do concerto do organista Benjamin Alard na igreja Saint Paul, no final de semana, músico que concorre ao prêmio Les Victoires de la Musique ao lado do ótimo pianista David Greisalmmer. E a apresentação comovente de hoje, no Centre Tchèque, do Diário de um desaparecido de Léos Janácek (foto acima, com a esposa), com Joachim Knietter e a cigana Anokï von Arx. Nos links dos músicos, podem-se ouvir trechos de música, como a bela interpretação de Greisalmmer de um Intermezzo de Brahms.

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