31.5.08
Algumas fotos
29.5.08
Sinfonia Kaddish de Bernstein
Esperando Godot
28.5.08
Sevilha, outras histórias
Livia volta hoje a Paris.
27.5.08
Duas exposições no Centre Pompidou
26.5.08
Jean Fautrier
História do Japão contada por uma atendente de bar
História do Japão contada por uma atendente de bar (1970) é um filme de Shohei Imamura, cineasta japonês que ganhou a Palma de Ouro de Cannes em 1983 e 1997. Nele uma senhora relata as suas desventuras amorosas perpassadas pela história do pós-guerra. Histórias que se distanciam: relatos felizes atravessados por cenas de arquivo de conflitos civis. Ou que se mesclam: a penetração militar americana no Japão traduzindo-se no desejo cínico de fugir aos braços dos endinheirados marinheiros. Com uma montagem entrecortada, Imamura parece mostrar entretanto o quanto a sua personagem lhe escapa. Cena emblemática, num momento, diante de fotos de crianças e mulheres mortas, ela lhes acusa o caráter ficcional. Noutro, vai relatando pequenos detalhes de sua vida sexual e financeira, inseparáveis. Contra a expectativa dos documentários em geral, não contém as palavras, o relato de pequenas espertezas imorais, a franqueza sem embaraço.
25.5.08
Pão pão, queijo queijo
O pão ficou caro na França depois de 2005, com a alta do preço do trigo e dos aluguéis. Em várias padarias de Paris, há mesmo um tipo de baguette predominante: a de massa pronta, distribuída em grandes caminhões pela madrugada. É o mesmo pão que vai sendo encaminhado ao forno aqui e ali. Alguns padeiros, no entanto, insistem em produzi-lo artesanalmente, com qualidade imbatível. Mas não se sabe até quando. Há meses o eletrodoméstico mais procurado na França é uma máquina de pão: a partir de 30 euros, economia garantida.
Alban Berg Quartett
24.5.08
Au Polidor
21.5.08
Imprestável
Na busca pela imagem, um link ótimo.
Cultura antropológica em Madrid
20.5.08
Othello no Théâtre du Nord-Ouest
Notinha sobre Salamanca
19.5.08
Em clima de despedida
Em Segovia
18.5.08
Igreja de Vera Cruz, Segóvia
Madrid é Brasil
13.5.08
Pequenas férias
Messieurs, voici la vérité, je suis un petit voleur, mais Mr. Macaire en est un grand…… J'ai chipotté, chipotaillé des riens, il a grinché, floué, agioté sur une grande échelle, j'ai gagné la misère et la police correctionnelle, il a gagné des millions et il m'accuse. Le tribunal n'ayant pas à juger le grand voleur, condamne le petit, et Macaire se retire la tête haute.
11.5.08
Pentesiléia na Comédie Française
Jean Liermier privilegiou essa dimensão de Kleist. Cenários duros, estáticos. Pouca luz, pouca movimentação de cena. Na primeira, os companheiros de Aquiles apenas olham a batalha ao longe (invisível ao espectador), iluminados por um candeeiro, e a descrevem. Essa opção, no entanto, não resiste a interpretações frágeis, inseguras (com visíveis falhas de memória), hesitantes. Sem a confiança nas palavras é como se faltasse o elemento principal de Pentesiléia: uma certa confiança nos sentimentos e na possibilidade de dizê-los a quem está próximo.
8.5.08
Lovis Corinth no Musée d'Orsay
7.5.08
Madrid e seus zarajos
Em Paris sair para almoçar, e sobretudo para jantar, é caro. Mais do que na Itália ou em Londres, ou na Espanha. Em contrapartida, diferentemente de Londres e seu lamentável "fish and chips" e outros equivalentes, é raro comer mal. Lembro-me de uma única vez até agora, indicado pelo Routard. Tá certo que tenho evitado há algum tempo os restaurantes "étnicos". Um mínimo de qualidade, no entanto, sempre está presente: saladas frescas e inventivas, possibilidade de escolher o cozimento das carnes, vinhos razoáveis. Em Madrid, e na Espanha em geral, a história é outra. Livia e eu vamos peregrinando sem sucesso. Tudo é sempre farto, exagerado, mas nada além: é como se fosse comida caseira, na rua. As coisas estão prontas; servem-nos. Por isso a surpresa de encontrar o restaurante La Viuda Blanca (c/ Campomanes 6, fotos no link) e sua ótima relação custo benefício na hora do almoço (13 euros, entrada, prato, sobremesa, café e vinho). Além de tudo, discreto e agradável. O bar de tapas Zambra (c/ de la Victoria 12), é outra indicação, embora seja um pouco bruto. Lá se servem ótimos zarajos: um novelo de tripa de carneiro frito, típico de Cuenca (foto acima, a pronúncia é essa mesma).
6.5.08
Fotos e links
Novos curtas de Madrid
Otto Dix, retrato de Hugo Erfurth, técnicas e segredos.
Estudo por meio de raios X e fotografias infravermelha da obra Hugo Erfurth con perro (1926), comparando a técnica de Dix, característica da Nova Objetividade alemã, com as técnicas utilizadas por mestres do Renascimento.
Casa de Lope de Vega.
Na calle Cervantes, 11. Reconstrução do mundo privado do escritor, numa das casas em que viveu. O oratório, em que recebia missa todos os dias, a sala dos homens e o estrado reservado para as mulheres (como, aliás, na Casa de Cervantes de Alcalá de Henares e em muitas outras do período), o quarto de visitas obrigatório (estabelecido por ordem do rei Felipe II, destinado a acolher militares e nobres de passagem), as camas altas pelo perigo dos ratos (conta-se que na casa existiam 20 gatos...). No quarto das filhas, um dos signos de que Lope foi reconhecido em vida: um espelho de prata, único adorno, incapaz de refletir imagens por ser de prata, mas prova de seus status. No que se supõe fosse a antiga cozinha, hoje está uma sala de estudos dedicada ao Século de Ouro....
Livros + Madrid.
Os livros por aqui não são nada baratos e as edições, em sua maioria, não são nem bonitas nem bem cuidadas. Por isso, na “noche de los libros”, realizada no 23 de abril passado, dia em que morreram tanto Cervantes quanto Shakespeare, todas as livrarias nos brindavam com o desconto fenomenal de 10%. Paralelamente, vários eventos animaram as livrarias e algumas instituições, abertas quase todas até as 2 da madrugada. Escolhi os curtas de M. Duchamp, Moholy-Nagy, J. Cornell, L. Lye, R. Serna, G. Fromanger, R. Breer, D. Jarman e C. Close, todos expostos no Palacio de Altamira (Flor Alta, 8), atual Instituto Europeo de Design. Confesso que não foi fácil e que muitas vezes era mais interessante observar o teto, decorado com motivos geométricos e vegetais.
5.5.08
Luca Giordano no Casón del Buen Retiro
Convento de las Descalzas Reales
Apesar de se tratar de um convento, diz-se que as Descalzas Reales reúne uma impressionante coleção de obras de arte, entre as quais se podem enumerar telas de Velázquez, Murillo, Ribera, Van der Weyden, Tiziano. Sua fundadora, Juana de Austria (mãe de don Sebastião de Portugal), aproveitou o edifício de um palácio para aí estabelecer a Ordem das Clarissas ou Descalças. Desde a fundação, em 1559, recebem-se dotes de freiras que esperam passar aí o resto de suas vidas. O inusual é que muitas delas pertenciam à realeza ou à nobreza, daí seus dotes serem grandes somas de dinheiro e obras de arte de valor inestimável. Mas o recinto ainda é monastério de clausura e, portanto, não é possível visitá-lo como museu. Os horários são restritos, o número de visitantes é reduzido, conhece-se apenas um quarto do edifício e as visitas são sempre guiadas e não necessariamente pretendem mostrar a coleção. Explico em detalhe. O guia responsável pelos não mais de 30 minutos de explicação era absolutamente burocrático e carrancudo ao apresentar os tapetes de Bruxelas baseados em desenhos de Rubens, os quadros de Coello ou a comovente escultura Ecce homo de Gregorio Fernández. Pois exatamente o oposto ocorria quando contava que de todas as monjas que chegaram a ser professas, nenhuma abandonou a ordem. Também saboreava cada frase devota ao falar do dormitório sem camas das freiras até 1970, das muitas que morreram de pneumonia por não se permitir calefação e o claustro ser aberto até o final do XVII, das sandálias de três tiras que usam e são feitas com materiais descartados, da dura limpeza que realizam duas vezes ao dia. O auge da ternura, entretanto, esteve reservado para as alfaces e tomates da horta do convento. Imaginem que, segundo ele, por serem plantados, cuidados e colhidos por mãos divinas eram maravilhosamente bons e, portanto, também divinos.O pão dos anjos em Madrid
Universidad de Salamanca
A parte mais conhecida da Universidade de Salamanca é a fachada do século XV-XVI, uma filigrana plateresca talhada na pedra de Villamayor, com uma infinidade de elementos, desde a misteriosa rã (uns dizem que é a marca do pecado...) até brasões, personagens mitológicos, papas e reis. O portal contrasta com o interior, austero. Exatamente como em outros edifícios da cidade, bastante despojados, mas com seus portais trabalhados em pedra dourada. Ainda assim, ao entrar na antiga universidade (a sala Miguel de Unamuno parece ser a única utilizada pelos alunos atualmente), vemos abóbodas góticas, tetos em madeira de inspiração moçárabe, a biblioteca de 1509, a capela do século XVII, as salas que conservam as placas de seus antigos destinos. Cada uma com seu estilo, a Fray Luis de León, por exemplo, ainda possui os bancos rústicos do século XVI onde os alunos se sentavam para aprender teologia. Para chegar ao segundo andar, subimos uma escada, cujos símbolos herméticos, uma vez decifrados, simbolizariam o aceso ao saber. Do alto observa-se com clareza a disposição do prédio, muito comum na Espanha, formando um quadrado. No centro do pátio, o esperado poço de água que pretendia recordar uma fonte inesgotável de vida.
Mats Ek no Palais Garnier
4.5.08
Edifícios religiosos em Salamanca
3.5.08
Salamanca
Nos edifícios públicos antigos, igrejas, túmulos, há uma grande variedade de animais, como o leão vigilante da última foto acima, da Catedral de Salamanca. É só para fazer a propaganda da minha contribuição mensal ao Le Monde Diplomatique Brasil, aqui.

































