31.3.08
Bartok, Prokofiev, Kodaly, Wienawski
Curiosidades
30.3.08
Monicelli, ainda
Dois blogueiros
Marché d'Aligre
28.3.08
A senhoria Julia (1888)
Uma das peças mais conhecidas de Strindberg (1849-1912), dirigida por Miguel Narros, com María Adánez (Julia), Raúl Prieto (Juan) e Chusa Barbero (Cristina) como os únicos personagens de uma história que se passa na cozinha de um palacete sueco. Estará no Teatro Fernán Gómez (Plaza Colón, 4, ao lado da Biblioteca Nacional) até 13 de abril. O dono da casa, o “senhor conde”, não aparece, mas está tão presente quanto essas três personagens, pois é responsável por parte da educação tradicional de sua filha Julia (formada, por outro lado, por uma mãe para lá de feminista), pela admiração e respeito prestados pela empregada Cristina, assim como pela atração e, simultaneamente, repulsa e medo do criado Juan. Entre Juan e Julia, desde o início, há um jogo de sedução que logo se converte em drama moral e existencial, sobretudo para Julia, que se entrega ao criado. O abismo social, de qualquer forma, não pode ser transposto, e ela se debate, ora sonhando, ora cogitando o suicídio. Todas as personagens são bastante complexas e o mérito dos atores é inquestionável, pois jamais se acercam de uma conduta polarizada. Assim, Cristina, apesar de ser namorada de Juan, preocupa-se com Julia, vítima de um rebaixamento incomensurável. Juan, por sua parte, oscila entre um homem inteligente e refinado de baixa extração social e uma pessoa ambiciosa e desprovida de escrúpulos. De todas as personagens, Julia é a única que passa por uma evolução, embora negativa, como num pesadelo que costuma assaltá-la e que será a síntese de sua transição: está sentada numa coluna muito alta, deseja com todas as suas forças descer, mas não pode, tenta diversas vezes, mas fracassa sempre. Sabe, entretanto, que estará satisfeita apenas quando chegar ao nível mais baixo.Curtas sobre Barcelona (ainda)
25.3.08
La Noche española, exposição do Reina Sofía
Mario Monicelli na Cinemathèque Française
24.3.08
Espinosa de Henares
Semana Santa, Madrid
Tarragona
23.3.08
Emile Parisien Quartet
Ainda sob o choque do concerto de ontem na casa de jazz recém inaugurada, Les Disquaires (6 rue de Taillandiers, metrô Bastille ou Ledru- Rollin). Concerto dos jovens rapazes do Emile Parisien Quartet: Emile Parisien no sax alto, Ivan Gelugne no baixo acústico, Julien Thouery no piano, Sylvain Darrifourcq na bateria. Jazz contemporâneo, inventivo. Barulhento, além disso, mais do que dava para pressentir nas gravações em estúdio do ótimo disco Au Revoir porc-épic, lançado em 2006 (foto acima). Como no cartão de publicidade do concerto, provocativo: Mais impressionante? Mais potente? Não existe. Jazz sem concessões, mesmo ao próprio jazz e a sua estrutura tradicional tema/coro/tema. Podem-se ouvir alguns trechos aqui. Em tempo, num cenário freqüentemente chique do jazz parisiense, ou caro, os Disquaires permitem três formas de couvert (o termo é francês, mas não é o que se usa aqui): 5 euros para os sem grana, 7 euros preço normal, 10 euros preço royal.
20.3.08
Para o alto e avante!
19.3.08
Impressões
Comparar também a agradável visão do anfiteatro romano de Tarragona (visto do alto da cidade), com suas praias ao lado, com a costa povoada de barcos e mesmo com um shopping center em Barcelona. Tarragona e suas ruas e casas contruídas sobre um circo romano, onde dois amigos que nos acolheram vivem com a linda menininha da foto acima, a Laís, incumbida de uma tarefa improvável: subir ao alto de um Castell/Castelo, construção humana em vários níveis, tradição da cidade.
Barcelona tem as estranhas construções de Gaudi, ídolo local, como a disneylandesca Sagrada Família, a Pedreira, a Casa Batló. Também dois parques que ficam muito bonitos nas fotos, o Parc Guell e o da Ciutadella (estão no flickr). Um Museu Picasso, o primeiro que lhe foi dedicado, que reúne a produção do período em que residiu na cidade. Uma Fundação Miró, que não tivemos tempo de visitar, para ir ao fantástico Museu de Arte da Catalunya (capítulo à parte). E bares e restaurantes sempre simpáticos, informais.
Mas a impressão é de que o turismo segue aí por inércia. Sol, praia, tapas, prédios esquisitos. Deram-nos mapas precários. Não havia informação sobre os museus, a não ser uma folha xerocada com horários. O transporte era lento. As atrações para turistas, além disso, nos distraíram de passeios certamente mais agradáveis (o parque Montjuic) e menos concorridos.
13.3.08
Barcelona e Tarragona
No caminho de casa, nesse dia de chuva, resolvi fazer hora num dos lugares de sonho de Paris. Para quem não conhece, um outro blogueiro disponibilizou fotos e fez um relato: a Grande Epicerie de Paris, onde é possível comprar os macarons acima.
12.3.08
Le forum catholique
Parcialmente, Francis Jammes, Paul Claudel e Oscar Milosz sim.
Alcalá de Henares
Cidade nos arredores de Madrid, a 45 minutos de ônibus ou com o trem de "cercanías Renfe". Um dia inteiro é suficiente para passar pelas ruas do centro histórico por duas ou três vezes. Também é suficiente para visitar os principais pontos turísticos, com pausa de duas horas para comer veado assado na casa de uma amiga (soa estranho, mas foi exatamente o que fiz). Pela manhã conheci as ruas de los Libreros e a Mayor, a casa natal de Cervantes, a Casa de Socorro, o Hospital de Antezana (de 1483 e com toda a cara de que era dessa época, tamanha a sua desolação), a Capilla del Oidor, o Colegio Mayor e a Capilla de San Ildefonso (ou, em outras palavras, a antiga Universidad de Alcalá). Sem dúvida este último é o principal monumento da cidade e também o mais restaurado (sua fachada, acima). É do século XVI e por ela passaram Lope de Vega, Tirso de Molina, Calderón de la Barca... além de todos os prêmios Cervantes, pois é em seu Paraninfo que se realiza a cerimônia anual. A tarde se mostrou exaustiva mas em igual medida recompensadora. Porque era a única interessada, recebi tratamento vip em uma visita guiada ao Monasterio Cisterciense de San Bernardo (depois tive que sair e tomar um mosto para poder trocar o dinheiro... claro que com uma única visitante eles não teriam troco para 10€). Em seguida, vi o Palacio Arzobispal, que não pode ser visitado simplesmente porque tudo o que tinha foi destruído na guerra civil! Depois, o Corral de Comedias, o mais antigo da Espanha, que no próprio edifício apresenta o modo como o espectador e o teatro foram mudando: primeiro corral de comedias, depois teatro do século XVIII, depois do XIX, finalmente cinema. Também fui à Catedral Magistral de los Santos Domingo y Pastor (que é magistral por fora, não por dentro). Durante o pôr do sol (demorado já nesta época do ano), passei pela Ermita de Santa Lucía, a Puerta de Madrid, o Recinto Amurallado, a Casa de la Entrevista, o Colegio de los Irlandeses, o Colegio-Convento de los Caracciolos e a rua dos Conventos Menores. Já de noite e cheia de dor nas pernas, visitei o pátio do Colegio del Rey (mantido atualmente pelo Colegio Cervantes).
Église de Saint Merri
11.3.08
Musée Maillol, Fondation Dina Vierny
10.3.08
El Atlas de Borges
Esse é o nome da exposição de fotografias que María Kodama fez em diversas viagens com Jorge Luis Borges, com algumas gravações em que Borges relê seus textos e um documentário, Borges, el eterno retorno (dirigido por Fernando Flores e Patrícia Enis). Estará na Biblioteca/Archivo Regional de la Comunidad de Madrid (c/ Ramírez de Prado, 3-4) até 23 de março e é patrocinada pela Fundación Internacional Jorge Luis Borges e a Comunidad de Madrid. As fotos nos levam a Genebra, ao Egito, ao deserto do Saara, ao festival de Jazz de Nova Orleans, ao Japão, a Paris ou a Londres (nessa última cidade, vejam que coincidência, María Kodama tirou uma foto do bar Sherlock Holmes a partir da calçada que está em frente, exatamente como fizemos Pablo e eu, além de tantos outros). Pois justamente nesse parêntese encontramos o interessante da mostra: o lado mais comum e, por que não, mais humano de Borges, posando para fotos ou descansando num quarto de hotel. Também o documentário tinha sua graça e sensibilidade, apesar da mania incessante de querer encontrar na obra escrita o homem de carne e osso, esse das coisas triviais.9.3.08
M, Matthieu Chedid
Antologia de imagens
Biblioteca Sainte-Geneviève
8.3.08
Coisas de Madrid
7.3.08
Museo Sorolla
Que boa vida teve o pintor valenciano Joaquín Sorolla Bastida (1863-1923), pelo menos a partir de 1911. Isso a julgar pela casa que mandou construir nessa data em Madrid e que hoje constitui a Casa-museo Sorolla (General Martínez Campos, 37). Um palacete magnífico e incrivelmente conservado que nos faz entender rapidamente como viviam as pessoas daquela época que tinham dinheiro e, sem dúvida, bom gosto. Antes de entrar nas salas que funcionavam como ateliê, passamos por um jardim espetacular, baseado nos Reales Alcázares de Sevilha, no Generalife de Granada e, inclusive, com decoração e plantas dessa região andaluza. Há uma fonte graciosa e em frente mesinhas e cadeiras debaixo de um alpendre cujo teto é inteiramente coberto por plantas: um convite para que nos sentemos depois do passeio! Na sala de estar e na copa, esta última decorada com cerâmica de Talavera, é impossível não pensar “que conforto!”, “que agradável aqui!”. A casa propriamente dita é dotada de uma luz natural impressionante, que não poderia ser outra vendo os quadros de Sorolla, sempre sensíveis aos efeitos da luz, no modo como ela é filtrada a partir de uma cortina, de um guarda-sol, de um chapéu, nas diferentes estações, nas praias, nos penhascos asturianos, em dias chuvosos ou completamente azuis (acima, La bata rosa o después del baño, óleo sobre tela de 1916).6.3.08
Mahler, sinfonia 8
Estive agora há pouco na montagem da ambiciosa 8a sinfonia de Mahler, no Palais de Paris Bercy. Sinfonia "dos mil", com 850 cantores, destes 350 crianças e enorme orquestra, dirigida com energia por Christoph Eschenbach. Com ótimos solistas: Marina Meschiriakova, Erin Wall, Marisol Montalvo, Nora Gubisch, Annette Jahns, Nikolai Schulkoff, Franco Pomponi e Denis Sedov, ninguém com voz pequena. Mas que contaram com uma mãozinha de discretos (por vezes, na verdade, indiscretos) microfones. Afinal, cantar para um ginásio não deve ser fácil. E isso com direito, aliás, a cambista na entrada e barraquinha de cachorro-quente. Em tempo, aproveito a nota musical para incluir nela o concerto de câmara a que assisti domingo passado. Música barroca de Scarlatti, Clément dall'Abaco e Salvatore Lanzetti na igreja Saint-Merri, uma das poucas em Paris com ótima programação gratuita, no seguinte link. Executada por Pierre-Augustin Lay no violoncelo barroco, Annabelle Blanc no cravo, e outra moça também no violoncelo, embora sem nome no programa.
5.3.08
La Panetière
Dia desses saímos, Livia e eu, mais uma vez com o auxílio do site Mmmm e do guia Routard, para uma aventura gastronômica. Dentre tantas ofertas, escolhemos o discreto La Panetière, numa rua escondida perto de Montparnasse, e que, na verdade, não estava nem no mapa: rue Maison de Dieu, 9, metrô Gaité. Jantar curioso: marido atendendo os clientes, madame na cozinha. Mas para pratos excelentes, sobretudo na relação qualidade/preço: fois gras ou noix de saint-Jacques de entrada, brochette de cordeiro de prato principal, com ótimas batatas assadas/fritas e torta de chocolate com creme de sobremesa. Tudo de ótima qualidade, com um atendimento simpático de tão lento. E com o direito a ser acompanhado, ao fim, pelo dono do restaurante até a porta, com cumprimentos de mão e convite para um outro jantar. A parede amarela da foto acima já não é mais a mesma.
Primeiro mundo
4.3.08
Los balcones de Madrid
Centro Cultural Conde Duque, Madrid
Bem perto da Plaza de España está o Centro Cultural Conde Duque que até a época de Franco foi um quartel. Além de várias salas para exposições, possui a biblioteca histórica da comunidade de Madrid, uma videoteca e uma biblioteca de música. Eu tinha a intenção de visitar apenas uma das exposições que propunham, mas era tão pequena que acabei vendo outras duas. Nenhuma delas realmente instigante, mas a entrada é sempre gratuita e, convenhamos, visitar três sem ao menos se cansar pode ser bom para espairecer! A primeira sobre uma poeta da geração de 27, republicana e da Opus Dei, Ernestina de Champourcin (1905-1999). A segunda sobre livros pop-up, ou, trocando em miúdos, livros que ao serem abertos desdobram objetos, casas, personagens, animais, etc. A última e sem dúvida a mais interessante mostrava a coleção de arte espanhola do século XX de Antonio Ródenas (1922-1997). Dos artistas que ele admirava, os que mais me chamaram a atenção foram Juan Haro (esculturas), Cristino Mallo (nanquim, aquarelas e pequenas esculturas em bronze), Benjamín Palencia (curiosa produção, que ora me parecia lindíssima, ora de um mau gosto e de un naïf supremos; era dos preferidos de Ródenas), e um belo quadro de Manuel Palmeiro. O nanquim acima é de Cristino Mallo.
3.3.08
Musée du Quai Branly
2.3.08
Curtas de Madrid
Oscar nacional
Musée Zadkine, Jardin de Luxembourg
1.3.08
Abadias na França
Abadia do Mont Saint-Michel, Fraternité Monastique de Jérusalem - site, Gare de Pontorson, Normandie, tel. 02 33 58 31 71 (email hotellerie@abbaye-montsaintmichel. com), em torno de 20 euros.
Abadia Sainte-Foy, Conques (a abadia é patrimônio mundial da humanidade e tem um belo tímpano do julgamento final) - site, Gare de Rodez (40 Km), Midi-Pyrénées, tel. 08 10 11 17 55, (email conques@mondaye.com, endereçar ao frère hôtelier).
Abadia de Solesmes, comunidade beneditina (próximo de onde morou o poeta Pierre Reverdy) - site, Gare de Sablé (TGV Paris-Nantes), a 3 km, Pays de la Loire, tel. 02 43 95 03 08, (email hospes@solesmes.com), em torno de 28 euros, com alimentação, apenas para homens.
Abadia Notre-Dame-du-Port-Salut, Entrammes, comunidade cistercense trapista - site, Gare Montparnasse-Laval, depois ônibus para Entrammes, Pays de la Loire, tel. 02 43 61 18 64 (email ab.port.salut@wanadoo.fr), 23 euros, preço indicativo.
Abadia de Saint-Michel de Frigolet (17 kilômetros de Avignon) - site, Gare de Tarascon ou d'Arles, tel. 04 90 95 70 07, (email abbaye@frigolet.com, endereçar ao frère hôtelier), 28 euros.
Abadia de Lérins, Cannes, comunidade cistercense da Imaculada Conceição - site, Gare de Cannes, depois gare maritime e 25 min. de travessia, tel. 04 92 99 54 00, (email hotellerie@abbayedelerins.com), 30 euros, na abadia há uma vinícula.
Abadia de Fleury, Saint-Benoît sur Loire, (onde se hospedou Max Jacob), próxima de Paris - site, Gare de Orléans, depois ônibus, linha 3, na direção de Gien ou Briaire (uma hora, sai às 6:40, 12:20, 17:30, 18:25), tel. 02 38 35 72 43, (email accuel@abbaye-fleury.com, endereçar ao frère hôtelier), 30 euros (hospedagem para homens, mulheres e crianças).
Abadia de Vézelay - Bourgogne, Gare de Montbard, depois ônibus, tel. 03 86 32 26 12, (email jerusalem.vezelay@wanadoo.fr), dispõe de uma cozinha comunitária.






















